Esvaziamento da morte |
quitação peremptória=morte=mortório ( Dicionário Analógico do Professor Ferreira)
Morrendo em hospitais. Com o passar dos séculos a nossa quitação peremptória ficou mais triste, mais lúgubre, pois morremos em
hospitais, longe da família e dos amigos, entre outros esvaziamentos da morte. Este fato passou a ser corriqueiro no
Brasil e em outros países. Qualquer problema de saúde leva à internação e se
for grave o paciente vai e não volta para casa, morre no hospital.
A morte no
hospital é parcelada, dividida em diferentes estágios técnicos, uma morte com
muita técnica e solidificada com bastante silêncio. Este fenômeno contemporâneo
é de certa forma assustador, uma vez que nas piores horas, temos a solidão do
hospital e a ausência dos familiares e dos amigos, esvaziando o inevitável fenômeno da
morte. Se observarmos bem, até pouco tempo atrás morria-se em casa, rodeado
pelos familiares, com extrema unção, e o que era melhor, cercados
de crianças. No hospital há uma intolerância com a morte do outro, ou seja, o
moribundo é poupado até da real gravidade de sua enfermidade quando em outros
tempos o moribundo era incentivado a saber das suas reais condições físicas
para preparar a sua própria morte.
...cacotanasia...
No mínimo temos de humanizar os hospitais. Por que
tantos ares técnicos, formalismo acadêmico, tanto branco, será só o branco da
paz e limpeza ou o branco da indiferença ou o mortório dando um branco?
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