Dânae de Jan Gossaert Mabuse, 1488-1533 Um abuso para os olhos |
queda e elevação, o cimento de qualquer narrativa.
Dânae de Mabuse. Os mitos gregos geram beleza para os olhos nas artes pláticas. Jan Gossaert Mabuse, em 1527, pintou Dânae no momento em que ela era fecundada por Zeus todo poderoso, pai dos deuses e dos homens, que tomou a forma de uma chuva de ouro. O quadro acima retratando o mito de Dânae é um óleo sobre madeira. Muitos consideram esta a melhor obra de Mabuse. Às deveras é uma pintura renascentista linda, reparem que ela apara com o seu manto azul a chuva de ouro. Os críticos desta obra dizem que as pernas de Dânae são, proporcionalmente, mais finas que o seu pescoço, um erro na estrutura do desenho. Só que este tipo de polêmica só faz aumentar o valor da obra.
Dânae de Coralus Duran, 1837-1917 O corpo parece flutuar na Deusa noite |
Dânae. Uma linda princesa filha de Acrísio e Eurídice, reis de Argos. O seu pai ao consultar um oráculo ficou sabendo que o seu neto lhe mataria. A tentar fugir da morte Acrísio encerrou a sua filha Dânae em uma torre de bronze. Zeus, conhecedor da sua beleza deslumbrante, apaixonou-se pela princesa e se transformou em uma chuva de ouro engravidando-a.
A Queda. Após o nascimento do filho de Dânae ou Perseu os dois foram lançados ao mar em uma pequena embarcação ou cesto para que se afogassem por ordens de Acrísio. Posídon, o rei dos mares, acalmou as ondas até que eles chegassem na ilha de Sérifo. Depois de adulto, Perseu se transformou em um grande herói da mitologia grega, foi ele, exemplificativamente, quem matou a terrível Medusa que petrificava todos aqueles que a olhassem. Posteriormente, Perseu participava de jogos atléticos e acabou matando , culposamente, o seu pai que se encontrava na platéia, isto ao lançar um disco ou um dardo, a profecia, assim, se confirmou.
Medusa, escultura de Gian Lorenzo Bernini, 1598-1680 Cabeça como ninho de serpentes |
Simbologia. O mito de Dânae representa Zeus como Deus fertilizador ou como chuva que intumesce a terra com as suas gotas de ouro fertilizando-a e gerando vidas. É o mito do sêmen como chuva de ouro, como algo sagrado. Inúmeros pintores famosos retrataram este mito. Neste mito também há QUEDA de mãe e filho e, depois do sofrimento ELEVAÇÃO, ou seja, Perseu se transforma em herói e sua mãe se casa com um rei. Queda e elevação, o cimento de qualquer narrativa. Abaixo, para o nosso deleite, algumas obras sobre o mito em questão de diversos artistas magníficos em ordem crescente de ano de nascimento:
Dânae, de Antonio Allegri Corregio, 1489-1534 Um anjo ajudando a aparar a chuva de ouro, muita imaginação. |
Dânae de Domenico Tintoretto, 1518-1594 |
Dânae de Gaspar Bezerra, 1520-1570, porque a arte é uma espécie de verdade, a arte é o que é belo e bom, o que os olhos querem sempre contemplar |
Dânae de Hendrik Goltzius, 1558-1617, a luminosidade do corpo impressiona |
Dânae de Artemisia Gentileschi, filha de Orazio Gentileschi. 1593-1653. Nesta representação é a criada quem recolhe a chuva de ouro. |
Dânae de Orazio Gentileschi, 1563-1639, os braços aparam a chuva de ouro |
Dânae de Cornelius Van Poelaemburgh, 1594-1667, os anjinhos se divertindo na hora da chuva de ouro, magnífico |
Dânae de Rembrant, 1606-1669 |
Dânae de Antonio Bellucci, 1654-1726 |
Dânae de Giambatistti Tiépolo, 1696-1770 |
Dânae de François Boucher, 1703-1860 Dânae, Alexandre Jacques Chantron, 1842-1918 John William Waterhouse, 1849-1917 |
Dânae de Léon François, 1850-1916 |
Dânae de Franz Von Stuck, 1863-1928 |
Dânae de Gustav Klint, 1862-1918, pintor austríaco da escola simbolista. As obras de Klint são ousadas. Este gênio merece ser estudado. A minha favorita juntamente com a de Coralus. |
Dânae de Matisse, 1869-1916 |
Egon Schiele, 1890-1818 |
Posídon, irmão de Zeus, O Rei dos Mares, como ator coadjuvante no mito |
Z, um abraço a todos.
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