...o que cai poderá cair mais ainda, é a regra do fundo do poço...
Quem diria que nos primeiros meses de 2012 o Brasil vivenciaria com maior intensidade uma bolha veicular.
Digo e redigo quem diria em razão de termos vivido nos anos 80 uma falta de veículos em que as pessoas estocavam veículos com a certeza que eles subiriam constantemente. Até as montadoras encondiam os veículos. Agora a realidade é totalmente oposta, segundo informações há mais de 1,5 milhões de veículos usados à venda. Daqui a pouco você poderá levar para casa um carro usado de (s)graça desde que assuma as dívidas, multas e impostos. Deverasmente, o capitalismo tem das suas.
Veículos novos e nas concessionárias chegam a 1 milhão.
Destarte, em tempos bicudos, mesmo com a baixa de impostos e de juros, tudo, ainda, é muito caro no Brasil. O que cai poderá cair mais ainda, é a regra do fundo do poço, do desespero e do pânico. Não entre nesta onda de fazer dívidas em épocas de incertezas. É o que o governo deveria de dizer para a população se não estivesse dependendo de impostos e endividado. Vamos investir na educação, nas crianças e em cursos de aperfeiçoamento. O recado é: desperdicem, gastem, façam dívidas, uma verdadeira loucura.
Desespero. O governo está desesperado, se não bastasse a bolha imobiliária que começa a dar sinais de sua cara monstruosa, agora, vem a bolha veicular. Estas medidas funcionam por algumas semanas e a festa acaba com nova explosão, ou seja, quem compra veículo novo quer vender um usado, geralmente, aumentando artificialmente a demanda. Demanda boa é aquela em que o cidadão que poupou compra o seu automóvel à vista ou parcela uma pequena quantia. O desespero é tanto que o governo está colocando na parada os bancos chapas brancas e levando de roldão os privados que são obrigados a seguir os públicos para não perderem o chamado market share. Os novos tomadores de crédito só poderão ser os verdadeiros ninjas - no income, no job, no asset - já endividados como nunca se viu antes neste país. Os bancos já estão numa fria creditícia. Mergulharam muito no créditpo e o governo continua incentivando. Algo como se a bicicleta da economia parar, o tombo será espetacular.
Comprar agora é uma loucura, a situação européia está indefinida e se a Grécia sair do euro, o que poderá acontecer de pior? É a pergunta sensata que um homem prevenido faria para o governo que incentiva o consumo veicular exaurido. O certo é que temos eleições em 5 de Outubro deste ano, o governo quer vencê-las a todo custo. Tudo tem que parecer às mil maravilhas. Depois das eleições, momento cívico em que o cidadão, alegremente, deposita o seu voto nos mesmos de sempre, o brasileiros e as empresas não poderão ser abandonados a deus-dará, como costuma acontecer? Fica a pergunta.
O consumo deve ser espontâneo, nada de anabolizantes, uma vez que a conta costuma ser salgada lá na frente com quebradeiras, inadimplências e desesperos. Sem falar na grande humilhação que o indivíduo sofre. Mesmo que a inflação exploda não haverá corrida para este ativo, é que existem veículos à farta e à saciedade, desta vez a bugiganga dará para todos. Os governos descobriram que os veículos são presas fáceis na cobrança de impostos na hora da morta e na imposição de multas, sem falar nas taxas e outras despesas. A indústria da multa já foi instalada aqui nesta terra de cegos.
O ativo rent3. Quem estiver neste investimento já deveria ter caído fora. A previsão é que os veículos usados cairão 25%. Quando se fala em 25% significa que o tombo pode ser maior. Esta empresa aluga carros e vende-os depois de certo tempo de uso e eles constituem parte de seu patrimônio. Não preciso dizer mais nada.
A cobrir um santo e a descobrir o outro. Quem é mais vivido sabe que nada vem sem dores, ora essa, ajudar as montadoras vai porejudicar o homem comum, o garagista, a rent3 e outros, ou seja, o governo cobre as montadoras e descobre os outros. O cobertor é sempre curto. Isto não é pânico veicular? Este filme de terror já foi visto nos EUA.
Os números não mentem. A verdade pode estar na matemática e segundo os últimos números a inadimplência veicular está em torno de 5,67%, ou seja, os calotreiros que compraram veículos e não pagaram há mais de 90 dias gira no valor de mais de mais de 10 bilhões de reais. O bom é uma inadimplência abaixo de 3%. Agora pensem, diante deste números o governo deveria: estimular o corte do crédito para evitar uma inadimplência maior lá na frente ou estimular mais créditos alegando um fator excepcional como a crise européia colocando os bancos nesta jogada. Ficaria com a primeira opção, as empresas devem se virar, cortar lucros, fazer inovações tecnológicas e etc. Se o programa fosse para educar o povo, vá lá, mas carro para poluir, consumir combustível e contribuir com mais congestionamentos é coisa de louco.
Em resumo, comprar agora fazendo dívidas é loucura. Agora, se você é daqueles que gosta de economizar e economizou a hora está chegando para a onça tomar água ou ir às compras e pagar à vista, com descontos e mais descontros, sendo bem tratado na concessionária, onde o vendedor antigamernte nem olhava para a sua cara. Peça água e depois café, aproveite para ler o jornal panos quentes - a maioria no Brasil - de graça. Não vale a pena comprá-lo. Quanto ao usado tipo carro de mulher, exija-o de graça para pagar os impostos e multas. Se você tem um nestas condições deixe-o na porta do inimigo com chaves na ignição e o recibo assinado no porta-luvas.
Boa noite, hoje, no hospital, estávamos comentando como o pais mudou em tão poucos meses. Realmente, não temos base nenhuma , pra crescimento nenhum. Nos venderam que o Brasil era a bola da vez, iríamos crescer X e isso çertamente não ocorrera.
ResponderExcluirÀs deveras confesso que cheguei a começar a acreditar nisso. Só que andando pela ruas a gente vê que o brasileiro continua o mesmo, sem noção das coisas. É estarrecedor saber que o cidadão não olha o preço para comprar o bem a prazo, se a prestação couber no bolso tanto faz pagar três e levar um. Um abraço.
ResponderExcluirO povo não tem educação, financeira principalmente
ResponderExcluirVão pagar um preço alto por isso., depois vem o governo falar em distribuição de renda.
Comecei a acreditar que depois do real nos tornaríamos em um grande país. Ledo engano. O brasileiro ainda é muito ignorante, risonhamente ignorante, acreditando, e muito que é esperto. Lamentável, pois um dos requisitos para o desenvolvimento é a educação. Um abraço
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