Antiga Bizancio |
Antelóquio ou reflexão. A história do garfo é um campo fértil para a reflexão. Hoje estamos no século XXI, dez séculos depois, ou seja, 1.000 anos depois do caso da Princesinha de Bizâncio e ninguém mais neste mundo sem fundo se importa mais com os garfos que estão sempre à mão e eles já se "desenvolveram" tanto que são até descartáveis. O que nos provoca escândalos hoje! Quais são as nossas verdades fossilizadas? Daqui a 1.000 anos os nossos descendentes vão rir de quais loucuras, com ares de verdade, que cometemos todo santo dia? Destarte, este texto é um convite à reflexão, a pensarmos diferente e porque não tentarmos estar à frente 1.000 anos. É difícil, refletir demanda muita energia cerebral, contudo, no mínimo devemos estar atentos, uma boa idéia, produto da reflexão, pode vir de mão beijada. Não podemos esquecer que tudo é movimento e mudança. Reflexão é movimento com possibilidade de mudança. Somos filhos da reflexão, devemos refletir com mão diurna e noturna. Muitos ficam fora de mão, na contramão, sem perceberem que isto é cavar a própria perdição, ficar com uma mão atrás e outra na frente. Alguns dizem: as coisas sempre foram assim! Não tem jeito! Esses, com certeza, irão perder o bonde da história, é questão de tempo. O poder da reflexão é sesquipedal, o método caminhar e refletir é uma dádiva dos gregos. Aristóteles, 384-322, a .C. já adotava na Grécia o método de caminhar e lecionar. Este método aristotélico tem uma palavra que estimo muito: peripatetismo. Não é à toa que muitos, sabiamente, caminham para cismar melhor, pode ser feito até com as mãos na algibeira, descontraidamente.
Refletir é pensar com humildade, sem escândalos, desconfiar da própria roupa que usamos. É acender o farol da razão. É triste contemplarmos pessoas jovens que são verdadeiros adoradores do passado e de verdades fossilizadas, quando o mistério do passado, a história, demanda darmos mão forte à reflexão. O filósofo David Hume, 1711-1776, observou que o que nos guia quase todo o tempo são os hábitos, o costume de fazer sempre as mesmas coisas, inclusive aceitas por todos, assim, diante deste contexto imaginamos que estamos repletos de verdades, que somos donos da verdade. A força do hábito é avassaladora, o nosso guia, nos ajuda, gastamos menos energia cerebral para fazermos as mesmas coisas, basta repetir, contudo, é aí que mora o perigo, o hábito é uma mão dupla, ajuda e atrapalha. Odiamos refletir, por a mão na massa cefálica, isto demanda energia que não queremos pagar. Refletir tem um preço: a sociedade não gosta muito de quem pensa, principalmente os velhacos.
Aristóteles, caminhar e ensinar, peripatetismo |
Refletir é pensar com humildade, sem escândalos, desconfiar da própria roupa que usamos. É acender o farol da razão. É triste contemplarmos pessoas jovens que são verdadeiros adoradores do passado e de verdades fossilizadas, quando o mistério do passado, a história, demanda darmos mão forte à reflexão. O filósofo David Hume, 1711-1776, observou que o que nos guia quase todo o tempo são os hábitos, o costume de fazer sempre as mesmas coisas, inclusive aceitas por todos, assim, diante deste contexto imaginamos que estamos repletos de verdades, que somos donos da verdade. A força do hábito é avassaladora, o nosso guia, nos ajuda, gastamos menos energia cerebral para fazermos as mesmas coisas, basta repetir, contudo, é aí que mora o perigo, o hábito é uma mão dupla, ajuda e atrapalha. Odiamos refletir, por a mão na massa cefálica, isto demanda energia que não queremos pagar. Refletir tem um preço: a sociedade não gosta muito de quem pensa, principalmente os velhacos.
David Hume e o hábito como verdade |
...o certo e o errado como hábito...
Epilogando. Pondo a mão no fogo, afirmamos que a reflexão é o fermento da razão, uma mão na roda. As nossas idéias, as nossas verdades, são efêmeras e periculosas, podem matar as princesinhas de Bizâncio. O certo e o errado, na maioria das vezes, não passam de hábitos, costume que nos aferramos, David Hume é sempre lembrado por este alerta. Pacientíssimo leitor pensabundo, dando mãos à palmatória, o que me deixa intrincado, isso mesmo, mordido da cachorra da molesta, é que se eu fosse um Genovês do século XI, por deveras, teria condenado a princesa Teodora Lucas e o pior é que, talvez, até tu, caríssimo leitor se estivesse no século XI a condenaria. Quando refletimos estamos em boas mãos, contudo, cuidado, muito cuidado, para não colocar a mão na cumbuca com as suas meditações. Reflita com moderação!
...refletir é pensar com humildade...
Contantinopla, hoje Istambul, Capital da Turquia, visão da ponte que liga o continente europeu ao asiático. Foi fundada em 667 a.C. pelos gregos |
Zé Perrengue. Muita saúde a todos!
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