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domingo, 30 de outubro de 2011

Pujança e miséria do ativo ETER3 ou ETERNIT






A corujinha foi incorporada à marca nos anos '80.
Valia R$ 8,60 em 20/10/11




...Amianto em grego é asbesto que significa indestrutível...



...eudaimonia significa felicidade em grego...

                                                      

                                 Trilogia da Eternit: boa pagadora de dividendos, empresa de valor e crescimento. O investidor deve escolher uma nação tendo como fator o pagamento de dividendos, os dividendos são os retornos dos acionistas. Neste aspecto a Eternit se sobressai. Empresa de valor é aquela que tem bons produtos, aceitos pelo mercado e que geram lucros. Outro fato é que a empresa sempre tem crescido, dobrou de tamanho nos últimos anos.
Agora fabrica produtos em
polietileno em substituição ao
fibrocimento
                             A novela do amianto e a distinção entre amianto crisotila e amianto anfibólio. Sobre o amianto a empresa diz:

           
Existem dois grupos principais de amianto, o crisotila e o anfibólio. O amianto anfibólio possui fibras duras, retas e pontiagudas, além de possuir altas concentrações de ferro em sua composição. Já o amianto crisotila possui fibras curvas e sedosas em sua composição tem altas concentrações de magnésio. Estas características implicam em biopersistência, que significa, o tempo de permanência das fibras no pulmão antes de serem eliminadas. Enquanto as fibras do amianto crisotila permanecem no máximo dois dias e meio no pulmão, as fibras do anfibólio ficam mais de um ano. Há diversos estudos que comprovam que a ingestão de fibras de amianto crisotila não provoca riscos à saúde já que os potenciais riscos de agravos a saúde são associados com a inalação e não com a ingestão. Desse modo, os materiais como caixas d’água de fibrocimento são seguros, pois não há estudos epidemiológicos que demonstrem haver riscos na sua utilização. O amianto só representa risco à saúde quando suas fibras são inaladas por longos períodos e em concentrações significativas. Mesmo quem não possui caixas d’água ou tubulações de fibrocimento contendo amianto, acaba tendo contato com a fibra. O amianto é um mineral encontrado no solo e, consequentemente, nos lençóis freáticos, o que colabora para que água contenha grandes qualidades da fibra. A água potável distribuída na capital do Canadá, Ottawa, por exemplo, contém cerca de 4.400.000 fibras de amianto por litro e não há registro de qualquer adoecimento naquela população por conta da ingestão dessas fibras. O amianto é um mineral que se apresenta de forma fibrosa em cerca de 70% da superfície terrestre. O intemperismo, modificações físicas e químicas causada por vento e água, faz com que as fibras do amianto sejam encontradas em dispersão em qualquer parte do planeta. Estudos dos pesquisadores Kohyama (1989) e Klein. C (1993) encontraram a presença de fibras de amianto sobre o oceano Pacífico em pontos distantes dos núcleos habitacionais (Ilhas Chichijima), onde a média geométrica de concentração das fibras foi igual a 9,7 fibras por litro de ar enquanto a média aritmética foi de 14,1 fibras por litro. O INSERM, Instituto de Pesquisas Médicas da França, também apontou em 1996, a concentração de 0,13 fibras por litro na atmosfera de Paris. De outra parte, a EPA, Agência Governamental do Meio Ambiente dos EUA, e a OMS, Organização Mundial da Saúde, afirmam que a concentração natural de fibras de amianto em suspensão na atmosfera é de 0,001 f/ml ou 1 fibra por litro o que implica que, onde quer que respiramos, pelo menos, 17.000 fibras de amianto por dia.

                                                                História do amianto. O amianto foi conhecido até na Pré-História, foi usado por gregos e romanos que ficaram encantados com a resistência do mineral ao fogo o qual também podia ser fiado e tecido. Eles o chamavam de material mágico. No ano de 1895 Ludwig Hatschek criou a mistura  amianto, cimento e água e colocou como meta uma Eternit em cada país. A palavra Eternit vem do latim e significa Eterno uma lembrança ao amianto que é indestrutível.
                                                              

                                                                                            Alegação de inconstitucionalidade na Lei Proibidora do Estado de São Paulo. O Estado de São Paulo editou lei proibindo o uso do amianto. A ação está no Supremo Tribunal Federal

                                                                                             Terreno no Porto de Pecém. Na data de 9/Fevereiro/2011, Comprou um terreno localizado no Distrito Industrial do Porto de Pecém, em Fortaleza, que abrigará sua nova fábrica multiprodutos. Segundo o Presidente do Grupo Eternit, Élio A. Martins, a Eternit iniciou prospecção e estudos para instalação da nova fábrica em 2010 e concluiu que a região Nordeste seria ideal para abrigar a nova unidade que atenderá também às demandas de outras regiões do país. O complexo de Pecém foi inaugurado em 2002 e fica a 60 Km de Fortaleza no Estado do Ceará, sua proximidade com a Europa reduz significativamente o tempo da logística no transporte de produtos.

                                                                                                                       Data de 20/10/2011. Alardeou que vai iniciar a instalação da 12ª fábrica no Estado do Ceará. no distrito industrial de Pecém, município de Caucaia. São noventa e sete milhões de reais em investimentos em parceria com a multinacional colombiana Corona. Terá capacidade para fabricar l,5 milhão de louças sanitárias. A Corona, uma das maiores fabricantes do mundo de louças sanitárias, tem fábricas na Colômbia e nos Estados Unidos e terá uma participação de 40%, ela entra com a tecnologia e a Eternit com o conhecimento do mercado nacional. É um fato bastante positivo e significa que a empresa está realmente diversificando as suas atividades e se tornando menos dependente do amianto. Nesta joint venture a Eternit terá 60% de participação e a nova empresa se chamará Companhia Sulamericana de Cerâmica. Notícia alvissareira. Esta notícia é alvissareira para os acionistas em razão da empresa estar realmente cumprindo o seu plano anunciado de expansão e diversificação, ou seja, o amianto caso seja proibido em definitivo não trará tanto impacto no futuro da empresa. A Corona tem mais de 130 anos de existência e a produção de um milhão e meio de peças na nova fábrica é significativa. Às deveras, a empresa está cumprindo a sua promessa de diversificação de produtos e diminuir a sua dependência do amianto e isso é muito bom.
exício=ruína
Caixas d'água de fibrocimento fórmula
descoberta em 1895 por Ludwig
Hatschek que patenteou a fórmula 
                                                              Data de 21/10/2011. O ativo fechou na cotação de R$ 8,60. Na data de 22/10/2009 ou exatamente há um ano o ativo estava em R$ 8,39, ou seja, em vista da maioria dos ativos, que só fizeram cair neste período estudado, notamos uma resistência muito grande, tendo em conta o fator europeu, o arrefecimento nos Estados Unidos e outros fatores. Não podemos esquecer que na data de 30/12/2010 esteve em R$ 12,00.
 


endividamento+crescimento=exício
                                                                                    Fantasma da bolha imobiliária e  o fator europeu. Esta empresa se beneficiou e muito da pujança imobiliária brasileira como fornecedora de telhas, caixas d'àgua e outros produtos. Só que o setor imobiliário não é para sempre, se não há bolha pode haver arrefecimento. A economia brasileira é baseada no Keynesianismo ou seja o nosso crescimento é turbinado  em endividamento+ crescimento=exício. É a adrenalina da economia, só que o paciente não pode contar com por muito tempo, é que deixa de fazer efeito com o uso constante. O governo adota este modelo econômico para se manter no poder. Esse tipo de crescimento foi o adotado pela Europa em seu estado imaginário do bem estar social em que todos podem consumir além de sua capacidade e não produzir o equivalente. Neste delírio estrelado por Keynes a riqueza é apenas contábil, em míseros números que podem desabar, como o preço de um imóvel na vida real pode ruir e contaminar profundamente os números imaginários nas alturas. O que adianta os credores, os bancos dizerem que tem trezentos e cinquenta bilhões de euros o que equivale a um trilhão de reais, se não vai ver a cor deste dinheiro ou apenas uma parcela reduzida, no melhor dos cenários. A verdadeira e filosófica riqueza é poupança+crescimento=eudaimonia (felicidade). Sem embargo disso, é uma empresa que sobrevive às crises que vem e vão.

                                                               O bom resultado no Primeiro Trimestre de 2012. Divulgou lucro líquido de R$ 29,9 milhões, referente ao primeiro trimestre deste ano. O crescimento, comparado ao mesmo período de 2011, é de 78%. Registrou uma receita líquida de R$ 210,2 milhões no período, aumento de 13% na mesma comparação. O custo das vendas avançou apenas 1%, para R$ 116,2 milhões. A maior eficiência garantiu uma margem bruta sete pontos percentuais maior, em 45%. A melhor rentabilidade foi conquistada principalmente na produção de crisotila com redução de 6% nos custo e das telhas de concreto com queda de 5%. As despesas gerais e administrativas subiram 8% em 12 meses, para R$ 53,9 milhões no trimestre, principalmente por conta de um aumento de provisões contra perdas e na defesa da utilização da crisotila, ligada ao amianto. O resultado pode ser considerado muito bom, confirmasndo a tese de ser uma das melhores empresas da bolsa. Se não fossem os problemas na área da construção civil que só aumentaram  e a possível proibição do amianto, o ativo teria condições de dobrar de valor facilmente. Vamos ver como o mercado reage.

                                                                       
                                                        Artigo preocupante na revista Carta Capital de novembro de 2012 de Claudio Bernabucci para o ativo ETER3:



"Um silêncio estrondoso acompanhou as duas audiências públicas do Supremo Tribunal Federal, nos dias 24 e 31 de agosto, dedicadas a debater a manutenção ou banimento do amianto no Brasil. A mídia dedicou pouca ou nenhuma atenção à explosiva questão que, em outros países, tem mobilizado profundamente a sociedade. Por conseguinte, a opinião pública não tomou conhecimento nem debateu o assunto. Não foi por falta de jornalistas em Brasília nestas semanas de “mensalão”.
O país é o terceiro maior produtor mundial, grande exportador e consumidor do produto. Em base aos cálculos das mais prestigiosas instituições científicas internacionais, a poeira do amianto é responsável pela morte de centenas de milhares de pessoas no mundo, vítimas de doenças respiratórias e vários tipos de câncer, que possuem em comum uma característica perversa: um período de latência de muitos anos entre a exposição e o aparecimento da doença. A produção e o consumo do mineral foram banidos em 66 países: os europeus, mas também muitos do sul do mundo, entre os quais três vizinhos, Argentina, Chile e Uruguai. Não obstante, esta catástrofe sanitária continuará provocando milhões de vítimas nos próximos anos, já que a produção mundial cresce nos países emergentes.
O uso do amianto pode ser perfeitamente substituído por materiais ligeiramente mais caros, mas, evidentemente, a lógica dos negócios é mais forte do que as preocupações sanitárias. No Brasil, a situação é paradoxal e trágica ao mesmo tempo: a lei federal de 1995 admite extração e uso controlado do material, enquanto sete leis estaduais proíbem a sua utilização. As vítimas são numerosas, mas foram escondidas ou silenciadas, sem suscitar mais escândalos. Para quem tiver interesse em aprofundar a problemática, sugiro o site da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto e o da mais qualificada academia científica mundial sobre saúde ambiental e ocupacional, o
Um antecedente fundamental para a nossa reflexão é a condenação, em fevereiro passado, de dois proprietários da multinacional Eternit – entre as principais produtoras de amianto no mundo – pelo Tribunal de Turim, na Itália, por “desastre culposo permanente” e “omissão dolosa de medidas anti-infortúnio”. No processo de envergadura internacional promovido pelas vítimas da fábrica instalada na região do Piemonte, o magnata suíço S. Schmidheiny e o barão belga L. de Cartier foram condenados a 16 anos de prisão, além do pagamento de centenas de milhões de euros como ressarcimentos. Ficou provado que há décadas eles tinham conhecimento dos efeitos mortais do amianto e os esconderam para preservar o próprio business.
Imediatamente após a publicação dessa notícia – curiosa coincidência –, a Eternit ofereceu anúncio que CartaCapital recusou. Outras revistas e jornais consideraram mais conveniente aceitar a oferta. Agora que a disputa pela proibição do amianto se acirra e chega ao Supremo Tribunal – que deveria se pronunciar de forma definitiva nos próximos meses –, outra curiosa coincidência: CartaCapital retoma o assunto e os outros se calam. Não só: no aeroporto de Brasília um outdoor de propaganda da maior mineradora de amianto do País exibe o logotipo de duas destacadas revistas nacionais, que, “sensibilizadas”, apoiam a campanha pela manutenção do amianto.
Esse uso triste e cínico da liberdade de expressão encontra infelizmente o seu pendant institucional na inépcia do Parlamento, onde uma proposta de lei a favor do banimento está congelada faz anos graças a “bancada da crisotila”, um grupo lobístico batizado com o nome da variedade de amianto extraída no Brasil. Fiéis ao princípio de que Deus é brasileiro (e com jeitinho pode até virar amigo), esses senhores defendem a tese dos produtores: a de que o amianto nacional não é nocivo como no resto do mundo. A posição da comunidade científica internacional, da OMS e da Organização Internacional do Trabalho é oposta, mas a influência dos “defensores” do amianto chega até o governo federal, condicionado pela posição “indulgente” dos ministérios das Minas e Energia e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Neste quadro de imobilismo funesto, é de se esperar que o Supremo possa, em curto prazo, exercer certa função de suplência da política, como vem ocorrendo nos últimos tempos, para posicionar o Brasil – no respeito da Constituição – ao lado dos países mais atentos a preservar a saúde dos próprios cidadãos. Convém lembrar que a política, ao não exercer com eficiência a própria missão, deixa perigosos espaços vazios. Na melhor das hipóteses, tais espaços são ocupados pelo poder judiciário, mas frequentemente o são por interesses corporativos ou criminosos. No caso do amianto já se conhecem os nomes dos mandantes e dos cúmplices."
 

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