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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Pujança e miséria do ativo DTEX3 ou Duratex

  




Nasceu no ano de 1951 para fabricar
chapas de fibra de madeira, na época
só importadas da Europa.


                                                               A empresa. No ano de 1950 Eudaro Villela e Nivaldo Coimbra de Ulhôa Cintra se uniram para criar uma empresa que produzisse chapas de fibra de madeira, até então importadas da Suécia. Para isto se juntaram a Alfredo Egydio de Souza Aranha e trataram logo de importar maquinários e equipamentos da empresa Defibrator, nascendo, assim a Duratex na data de 31 de Março de 1951. Hoje, a Duratex é controlada pelo grupo Itaúsa ou Investimentos Itaú S.A. com quase 40% e pela Companhia Ligna de Investimentos com 17%. O primeiro é o segundo grupo privado no país e o segundo atua através da Leroy Merlin e Leo Madeira e, ainda através da Espaço Negócios na construçao e locaçao de imóveis.

                                                               Segmento de madeira. A Duratex tem grande atuação no segmento de madeira fabricando painéis de média, alta e super densidade conhecidos como MDF, HDF e SDF. É a maior produtora de painéis no hemisfério sul. Além dos painéis produz revestimentos para pisos e paredes. É uma empresa verticalizada uma vez que produz a madeira de seus painéis e para isso mantém áreas florestais nas cidades de Itapetininga, Botucatu, Lençóis Paulista e Agudos, no Estado de São Paulo e, ainda, em Uberlândia, Minas Gerais. São 14 unidades industriais, em sua maioria no Estado de São Paulo e conta com cerca de 10.000 empregados. Atua na Argentina com a marca Deca Piazza, nos Estados Unidos com a Duratex North America e na Europa com a Duratex Europe. Possui 224 mil hectares de área plantada, mormente de eucaliptos.


                                                               A marca DECA e HYDRA. Neste segmento produz válvulas, louças e metais sanitários.

O ativo fechou em 29/12/11 valendo
R$ 8,92 com queda anual de -38,42%
                        Dívida preocupante. A empresa informa que no final de Junho de 2011 a sua dívida bruta era de R$ 1.929.800.000,00 ou quase dois bilhões. É uma quantia alta, no mínimo a dívida, poderíamos dizer, é preocupante.
                 

       Duratex X Eucatex. São empresas que atuam no mesmo setor, por isso uma comparação é inevitável. Só que a Eucatex é bem menor que a Eucatex e alguns dizem que esta última em razão de ser menor teria maior potencialidade de crescimento. É a aplicação da Teoria do Gigante com Pés de Barro ou quanto maior, maior o tombo, ditado pinçado da sabedoria popular. No entanto, esta teoria nem sempre é verdadeira, a Eucatex  vem de uma Recuperação Judicial, a antiga Concordata do Direito Falimentar Brasileiro  causada pela crise de 2008 e a Duratex conseguiu sobreviver à ela.

                                                         22 de Junho de 2009 é anunciada a união da Duratex com a Satipel. Nesta data foi anunciada a união das duas empresa, ambas fabricantes de painéis, com a informação que a união dava origem à maior indústria de painéis de madeira industrializada do hemisfério sul e oitava maior do mundo e que a nova empresa permaneceria com o nome Duratex e que também teria o posto de segunda maior produtora de louças sanitárias do Brasil, nascendo com uma receita bruta de 3,271 bilhões de reais, números do final de 2008. Informavam os responsáveis das duas empresas que elas eram complementares em razão da Satipel possuir unidades produtivas no Sul do país e em Minas Gerais, enquanto que a Duratex, dona também da marca Deca, tem fábricas concentradas no Estado de São Paulo. Juntas, as empresas teriam entre 35 por cento e 40 por cento do mercado nacional de painéis de madeira. No acordo, os controladores da Duratex teriam 39,6 por cento da companhia combinada e os da Satipel ficariam com 17 por cento. A nova empresa seria listada no Novo Mercado da Bovespa e teria free float acima de 40 por cento do capital. No acordo os minoritários levariam uma percentagem menor de ações que os controladores.


                                            Resumo do ano de 2011, um ano ruim para o acionista de longa data. No último dia de bolsa em 2011, ou seja, na data de 29/12/2011 o ativo fechou valendo a quantia de R$ 8,92, com perda anual de -38,42. lucro líquido recorrente de R$ 79,38 milhões para o quarto trimestre, queda de 33,6% sobre o total obtido no mesmo período do ano anterior. No ano, o ganho recorrente da companhia caiu 20,4% na comparação com 2010, para R$ 349,69 milhões. A margem ebtida passou de 35,4% para 24,5% em 2011. Destarte, o ano de 2011 foi ruim para a empresa e principalmente para o investidor de longo prazo. É uma empresa sensível ao setor de construção civil e se este arrefecer como muitos estão prevendo a situação em números contábeis da empresa pode piorar. Neste final de ano, o P/L ou quantos anos levaríamos para ter o nosso dinheiro de volta em anos anda a mais de 14, se não é ruim, também não é bom uma vez que não se encontra abaixo de 10. O VPA ou Valor Patrimonial da Ação girou entre 6 e 7 reais neste ano de 2011.

...se as dívidas não são necessariamente nocivas, são eventualmente periculosas...

                                                                          23/1/2012. Anúncio de emissão de R$ 99.999 milhões em debêntures conversíveis em ações. O BNDESPAR ou Banco Nacional de Desenvolvimento e Social Participações, vai comprar estas emissões, ou seja, debêntures são títulos de dívidas emitidos por empresas, que podem ser conversíveis em ações, se isto ocorrer o bolo da Duratex ficará menor prejudicando os acionistas, isto é, o capital ficará diluído em cem milhões de reais. Se não bastasse isso, a empresa promete mais emissões, mais dívidas de R$ 178,72 milhões. Muitas vezes as empresas tem de se endividar para crescer mas o melhor seria um crescimento sem fazer dívidas. Agora, imaginem uma empresa que cresce sem dívidas, logicamente o seu ativo ganhou uma fatia maior no bolo da empresa ou patrimônio. Não seja ingênuo, nunca perca de vista às dívidas dos endividados. O certo era a empresa pegar dinheiro com um banco e não com o governo pela via indireta do BNDESPAR, outro fato preocupante em um país de excluídos. Fica a impressão que a empresa se endivida, emite mais ações, ou mais do mesmo para comer o mesmo bolo e assim vai crescendo com dívidas se transforamndo em uma gigante. Se as dívidas não são necessariamente nocivas, são eventualmente periculosas. A empresa afirma ter mais de R$ 700 milhões em disponibilidade, então, qual o motivo de debêntures?                          

                                                
                                                                                                                                      

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