Total de visualizações de página

terça-feira, 5 de julho de 2011

Minha casa, minha ruína

                                                                         


                                             Ora, ora, virou moda, virou febre, o desejo, a vaidade (a ruína) de quase todo mundo querer comprar um imóvel financiado. Ora, ora, se o setor de construção estivesse em um momento retumbante, dourado, certamente não precisaria do Programa Minha Casa, Minha Vida, programa que chamo, por simples espírito zombeteiro, de Minha Casa, Minha Ruína, afinal a melhor maneira de aprendermos é com o riso, com o humor, também é de boa sapiência não levarmos nada neste mundo tão a sério. Fique pensoso comigo, caro leitor meditabundo, muita gente quer comprar um imóvel como investimento especulativo ou comprar para vender com lucro pouco tempo depois, no máximo dois anos, prazo considerado curto para investimentos em imóveis, hoje leva-se quase este tempo ou mais para vendermos este ativo. Como assim, investimento especulativo? é que o mercado diz para o cidadão, compre este imóvel, "vai valorizar mais". A frase vai valorizar mais funciona como uma mágica no mercado, o cidadão é picado, imediatamente, pelo bichinho mimoso da ganância e faz um contrato com juros caros e décadas para pagar, coisa de louco de camisa de força. É coisa de louco de camisa de força em razão de você não saber como o mundo e você estarão daqui a uns vinte anos. Ora, ora, se vai valorizar mais porque você está me vendendo? a poupança só dá seis por cento, e o imóvel vinte ao ano, como dizem, não seria melhor você ficar com ele e ganhar um rendimento que nenhuma aplicação lhe dará? Assim, o setor de construção não está bem, em razão do programa minha casa, minha ruína, ser apenas uma muleta do governo para o setor de construção. A valorização não é garantida, justamente porque o setor precisa de ajuda governamental e de crédito do governo. Como assim? ora, ora, o melhor das coisas seria a economia andar sozinha, como uma bicicleta pedalada pelo dono, sem ninguém empurrando. Se alguém empurra a bicicleta com o programa minha casa, minha ruína é pelo motivo de que algo errado está acontecendo na economia. Há algo de errado? Claro que há algo de podre no reino da Dinamarca, no caso no reino do Brasil. O governo depois da crise de 2008 nos Estados Unidos e para eleger a atual presidenta jogou lenha na fogueira da economia. Não foi o povo que ficou rico. Foi o crédito, a dívida, a lenha que tornou, de uma hora para outra, o povo brasileiro em novos ricos, só que endividados a juros altos. O governo, incentiva ou empurra a bicicleta, paga um pouco do imóvel, só que os empresários quase que dobraram os preços, ou melhor, o cidadão ganhou com uma mão e pagou mais com a outra, sempre picado pelo bichinho mimoso da ganância "vai valorizar mais". Minha casa, minha ruína não vai explodir agora. Existe euforia no ar e toda euforia é irracional, só que depois vem a depressão, também irracional pois a economia é cíclica e os ciclos se pagam uns com  os outros. Se a pessoa precisa de um imóvel, até aí, ainda vá lá, mas esperando lucros é loucura. Se você não acredita nestas palavras, pergunto, por qual motivo os governos anteriores não fizeram esta bondade? Aumento de crédito governamental pode quebrar a CEF e o Banco do Brasil, fora outras instituições financeiras. Os bancos oficiais, certamente, não quebrarão literalmente, pois serão salvos com o dinheiro do contribuinte. Outros irão dizer: há um déficit habitacional imenso! claro, mas onde viviam essas pessoas antes? Obviamente, que não viviam na rua, no máximo no puxadinho da sogra. O governo não interrompe o programa e o crédito  pelo simples motivo de ter ficado preso em sua própria rede, ou melhor na rede da demagogia, aquela rede que destrói nações inteiras como a Grécia está sendo destruída. Há uma crise mundial, se o governo parar o setor de construção civil, pode chegar aqui uma tsunami econômica e não uma marolinha, e um dos melhores setores contra crises é o da construção civil, só que o remédio do tijolo e do cimento não funciona por muito tempo, pelo simples motivo de aumentar muito os imóveis disponíveis no mercado. Os mais vividos já viram este filme antes, o filme da construtora Encol  é um exemplo, ocorreu há décadas, em um período de euforia e ganância no setor imobiliário, todo mundo achava que era um filme romantico estrelado por Romeu (construtoras) e Julieta (compradores) e no final perceberam que se tratava de um filme de terror com cenas dantescas de prejuízos. Na realidade, o governo está preso numa armadilha moral e econômica. Se você conhece alguém que entenda de economia, discuta esta questão antes de fechar um negócio kamicase, com serenidade e com mente aberta. O brasileiro não tem a chamada educação financeira ou conhecimentos mínimos de economia, é fato indiscutível, não se importa, exemplificativamente, de comprar um carro ou imóvel e pagar dois e até três, desde que a prestação caiba no bolso hoje, não se preocupando com o aumento da prestação ou piora do cenário econômico que pode atingir ricos e pobres. O setor de construção civil cresce até quinze por cento ao ano quando há euforia e a população em torno de pouco mais de um por cento. Ora, ora, há uma assimetria tétrica, entre a produção de imóveis e a demanda ou procura, não confunda demanda real, necessidade, com procura especulativa, são coisas parecidas, mas diferentes. Haverá desespero e ranger de dentes quando tudo explodir, quando a festa do tijolo e do cimento acabar. Será a hora da onça beber água ou a hora de pagar a conta que virá salgada, em um momento em que os juros estarão altos, em um momento que todo mundo estará vendendo imóveis e, o pior, em um momento em que o desemprego estará aumentando. Finalmente, tentarão novamente reativar a mágica do tijolo e do cimento, só que ela não funcionará mais e aí descobriremos quem está nadando nú ( Frase de Warren Buffet, grande investidor internacional e especialista em investimentos, se referindo as crises que pegam os incautos endividados e especulando). Os americanos passaram por isso, os irlandeses, os espanhois, os portugueses e aí por diante, porque não o Brasil? Os desavisados gritarão: é que elegemos o cara, inclusive, Barack Obama assinou em baixo, votamos em um homem do povo, analfabeto como nós, mas como veio das dores e sofrimentos, soube administrar e entender a pobreza e a classe média. Ora, ora, em resposta digo, apenas, hummmm!

O boom da construção civil
não dura para sempre.
                                                       Epilogando. Ora, ora, então, tudo é mentira? e, se há mentira na área de construção civil, estamos falando de BOLHA IMOBILIÁRIA, das terríveis bolhas, verdadeiras bactérias da economia, bactérias imunes a qualquer antibiótico, a qualquer dose extra de bolha imobiliária. Falarei da bolha imobiliária em outro texto. Gravem este texto não pra agora mas pra daqui há alguns anos e me cobrem o futuro. Acredito nesta previsão, a não ser que o governo mude o rumo, é possivel, mas pouco provável. O texto é apenas um alerta, pode ocorrer totalmente o contrário. Discordem por favor, façam esta caridade.

                                                       Zé Perrengue, muita saúde econômica a todos.




























2 comentários:

  1. Fogareu, ce ta' cero, meu xapa!

    Um grande abraco


    Kleber S.

    ResponderExcluir
  2. Obrigado pela visita cumpadre. Apareça outras vezes. Um abraço.

    ResponderExcluir